quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Transporte Público de fato

Carta publicada no jornal A Notícia (6 de janeiro de 2011) em resposta a artigo de Moacir Bogo publicada no dia anterior.

Transporte público

Em artigo publicado ontem, Moacir Bogo busca debater movimentos que desejam um transporte coletivo de graça ou com preços menores. Mas prejudica de antemão o debate quando diz que esses movimentos são “compostos muitas vezes por pessoas que sequer utilizam o meio de locomoção”.

O Movimento Passe Livre (MPL) propõe transporte público, gratuito ao cidadão, mas financiado por impostos progressivos. Propomos uma intensa reforma tributária na qual os setores que se beneficiam com o transporte sejam responsáveis por seu financiamento. A indústria, o comércio e as instituições financeiras, que por meio do deslocamento de mão de obra, de consumidores e de clientes são os maiores beneficiários do transporte, são os setores que devem arcar com os custos. A partir disso, o transporte perderia seu caráter de negócio lucrativo e passaria a ser um direito.

Não se trata de algo irrealizável. Em Hasselt, na Bélgica, o modelo de tarifa zero funciona; em São Paulo, durante o governo de Luiza Erundina, funcionou durante certo tempo na comunidade Cidade Tiradentes, cuja população era de 200 mil pessoas. Bogo desconsidera que nos “custos” está embutido o lucro do empresário. Por isso, muda tudo a empresa ser privada ou uma empresa com controle público. O problema fundamental do transporte é ele servir à exploração privada. Ou o transporte é público ou será privado e excludente. O MPL se posiciona ao lado do cidadão.

Hernandez Vivan, militante do Movimento Passe Livre
Joinville

Fonte: A Notícia.



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