A Frente de Luta pelo Transporte Público vêm por meio dessa se posicionar contrariamente a todo e qualquer aumento, possível ou efetivo, na tarifa de ônibus.
As atuais empresas pediram por um aumento de tarifa que a eleve para R$2,88 fundadas em uma perícia de Instituto que hoje sofre duas ações civis públicas sob a acusação de fraude nas planilhas.
A prefeitura, por sua vez, já sinalizou um aumento que fique por volta de R$2,55 a R$2,70. A demagogia eleitoreira de abril de 2009, quando a prefeitura recusou o aumento da tarifa, mostra suas limitações.
O atual pedido de aumento da tarifa é insustentável. Primeiro por razões políticas, pois não há debate, conversa, diálogo em nada que diga respeito ao transporte de Joinville. A “Joinville de toda sua gente” é, na verdade, de pouquíssima gente, cuja preferência é dada a empresários endinheirados do setor de mobilidade.
Em segundo lugar por razões sociais. Já está amplamente demonstrado que o transporte é um dos principais custos das famílias brasileiras (segundo o IBGE, é o terceiro custo, dependendo do número de filhos chega a ser o segundo), além de que os altos preços das tarifas impossibilitam cerca de 37 milhões de pessoas de acessarem o serviço, pelo simples fato de não possuírem dinheiro para pegar ônibus.
Em terceiro lugar, mesmo o menor número apontado pela prefeitura (R$2,55) supera a inflação do período (os últimos 20 meses, que sequer chega a 10% de inflação). E mais ainda: na série histórica inteira (de 96 até hoje) que relaciona tarifa e inflação, se uma se guiasse pela outra, o argumento seria ainda mais falso. A tarifa de ônibus aumentou cerca de 138% a mais que a inflação. Se a tarifa, de fato e sem enrolação, tivesse seu aumento vinculado à inflação custaria hoje aproximadamente R$1,55.
No entanto, mais grave que todos os argumentos acima é que a própria possibilidade de aumento demonstra que o transporte em Joinville não passa de um negócio, um business, um meio de extrair o salário dos trabalhadores para os bolsos dos chefes da Gidion/Transtusa. Um roubo institucionalizado. É por essa razão que nós da Frente de Luta pelo Transporte Pública lançamos a campanha R$2,30 já é roubo. Não importa quanto aumente, se é que aumente a tarifa, nossa luta é para modificar toda a lógica do transporte, transforma-lo do modelo privado para um modelo público, no qual as decisões não sejam tomadas por empresários, técnicos do IPPUJ e por burocratas da prefeitura.
Frente de Luta pelo Transporte Público, 21 de dezembro de 2010
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